Dexametasona para tratamento de pacientes infectados pelo SARS-CoV-2
Abstract
Indicação na bula: Tratamento de condições nas quais os efeitos anti-inflamatórios e imunossupressores dos corticosteroides são desejados, especialmente para tratamento intensivo durante períodos mais curtos. Pergunta: Dexametasona é eficaz, efetiva e segura no tratamento de pacientes com COVID-19?
Evidências e discussão: Os corticosteroides exercem sua atividade anti-inflamatória e imunossupressora interferindo em diferentes etapas da regulação do sistema imune. A atividade anti-inflamatória dos corticosteroides é multifatorial, resultando ao final do processo em inibição da síntese de prostaglandinas e das ciclo-oxigenases 1 e 2, potencializando, portanto, o efeito anti-inflamatório. Por suas propriedades imunossupressoras e anti-inflamatórias, os corticosteroides foram prescritos para pacientes infectados, com SRAG com condição pulmonar grave, com o objetivo de reduzir o processo inflamatório associado à produção exacerbada de citocinas, o edema
pulmonar, e o dano alveolar; melhorando, consequentemente, a hipóxia e reduzindo o risco de falência respiratória. Resultados preliminares de um ECR com mais de quatro mil pacientes, demonstraram que aqueles em suporte respiratório tratados com
dexametasona apresentaram benefício em relação à mortalidade em 28 dias. No entanto, tal benefício foi observado apenas no grupo que recebeu suporte de oxigênio, não sendo observada vantagem do tratamento entre os que não recebiam. Quanto à hospitalização, mais pacientes do grupo dexametasona receberam alta no 28º dia. Conclusão: Até o momento, as evidências disponíveis quanto ao uso de corticosteroides apresentaram benefícios para pacientes graves, com necessidade de suporte de oxigênio. Não foram localizadas evidências que possam recomendar o uso da dexametasona para pacientes com sintomas moderados e leves, bem como para prevenção da infecção por SARS-CoV-2.